Principais fatos:
- Church’s Chicken decidiu combater a hiperinflação venezuelana usando criptomoedas.
- A rede de fast food aceita Dash como meio de pagamento desde 2018.
Criptomoedas são a solução para o povo venezuelano
A rede americana de fast food Church’s Chicken, que opera na Venezuela desde 2001, decidiu implementar oficialmente o pagamento de bônus salariais para seus funcionários com a criptomoeda Dash.
Por meio de nota divulgada em 19 de abril, a equipe do Dash informou que, no início dos anos, fez tentativas para pagar com criptomoedas a parte do pessoal da rede de restaurantes na Venezuela. O resultado foi que 97% dos usuários aprovaram o sistema.
Church’s Chicken assegura que a razão para pagar em criptomoedas uma parte da remuneração mensal de seus trabalhadores, é para “enfrentar os problemas de pagamento e a hiperinflação”. Trata-se da crise econômica e monetária que atinge a Venezuela, cuja inflação acumulada em 2020 atingiu 3.713%, segundo dados do Observatório de Finanças da Venezuela.
“Com o Dash nas mãos das pessoas, elas podem usar dinheiro digital rápido e barato em milhares de locais que atualmente aceitam essa criptomoeda em todo o país”, disse o CEO do Dash Core Group, Ryan Taylor.
Taylor acrescentou que na Venezuela “mais de 60% de todas as transações são feitas em dólares”, mas a migração para essa moeda trouxe novos problemas, como a falta de notas de menor valor. Isso apesar de, em declarações recentes, o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, ter assegurado que a utilização do dólar norte-americano para as transações comerciais em seu país seria “temporária”.
Nesse contexto, os trabalhadores da cadeia alimentar já podem comprar nos 835 estabelecimentos que aceitam Dash na Venezuela ou também podem ser trocados por dólares ou bolívares nas bolsas que operam no país, destaca o documento.
Os pagamentos são feitos a partir de uma plataforma chamada Dasherpay, que pode ser acessada online e permite “de forma rápida e barata” entregar os salários dos funcionários, parcialmente ou no valor que eles considerem adequado, observou Dash.
Eles também indicam que quem recebe o crypto ativo por meio desse sistema pode “experimentar uma redução de até 95% no tempo de espera de pagamento e pode pagar valores exatos”.
Leidimar Amundaraín, Diretor de Recursos Humanos da Church’s Chicken Venezuela, garantiu que a implementação do novo sistema de pagamento “envolve um processo simples de folha de pagamento devido à sua facilidade de uso e é benéfico para os membros de nossa equipe receberem pagamentos com Dash.”
A relação entre Dash e Church’s Chicken começou em 2018, quando se tornou a primeira franquia de alimentos reconhecida a aceitar uma criptomoeda como forma de pagamento na Venezuela, conforme relatado por CriptoNoticias.
Hiperinflação na Venezuela abre espaço para criptomoedas
A crise econômica sem precedentes da Venezuela desvalorizou a moeda nacional, o bolívar, levando as pessoas a se refugiarem em moedas estrangeiras e criptomoedas.
Nesse sentido, desde 2018 o Dash se tornou o aliado tanto das pessoas quanto dos comerciantes. Tanto que a nação sul-americana acumulou em 2019 o maior número de estabelecimentos comerciais que aceitam Dash no mundo, segundo dados desta plataforma.
Outro caso, que também demonstra o crescimento do ecossistema de criptomoedas no dia a dia dos venezuelanos, foi o anúncio feito há algumas semanas pela maior operadora de televisão por satélite daquele país, a SimpleTV, que desde março aceita pagamentos com bitcoin e outros criptomoedas.
Por sua vez, a empresa Cryptobuyer instalou, em fevereiro passado, dois caixas eletrônicos que permitem a compra de bitcoins com dólares à vista. Ambas as equipes estão localizadas na capital venezuelana, Caracas.
Fonte: CriptoNoticias
