O que é Ethereum?
Para entender o que é Ethereum, você precisa primeiro entender o que é Blockchain. Já falamos sobre isso em um artigo, por isso irei colocar a explicação mais resumida para te lembrar, mas vale a pena ler o artigo completo sobre o que é Blockchain.
Blockchain é como um grande banco de dados distribuído entre as pessoas ou computadores da rede, onde cada integrante participa da gravação dos dados ou transações da rede de forma decentralizada.
Dito isso, o Ethereum é um sistema computacional de código aberto baseado em Blockchain. A rede é decentralizada, pública e por isso pode ser resumida como a internet construída em uma blockchain. Como o Ethereum foi criado como uma super-rede mundial de computadores – tipo a internet mesmo – a rede é capaz de executar as mais diversas tarefas de forma autônoma e decentralizada. Programadores podem construir diversas coisas na rede, mas vamos falar disso mais tarde…
A rede possui sua própria criptomoeda (ETHER), funcionando também como meio de troca, uma forma para se armazenar valores e unidade de medida. O Ethereum é bem parecido com o Bitcoin em alguns aspectos, mas pode fazer muito mais. O idealizador da rede se chama Vitalik Buterin, um gênio Russo que migrou para o Canadá quando criança. Ele conheceu o Bitcoin em 2012 aos 17 anos por influência de seu pai e se envolveu com o projeto. Ele viu o potencial que a rede do Bitcoin tinha já naquela época, mas por várias divergências com outras pessoas que estavam envolvidas na programação e no desenvolvimento do Bitcoin ele resolveu criar sua propria rede; Ethereum. Ele se juntou com outras 7 pessoas: Gavin Wood – criador da Web3 Foundation; Anthony Di Lorio; Charler Hoskinson – que se afastou do projeto depois e criou a CARDANO; Mihai Alisie; Joseph Lubin – fundador da ConsenSys; e Amir Chetrit.
Apesar de todas as pessoas tratarem o Ethereum como uma criptomoeda, Ethereum é o nome da rede; a criptomoeda base da rede se chama Ether (ETH) que é usada como “combustível” para as coisas funcionarem.
O que torna o Ethereum único?
Resumindo um pouco do que falamos agora pouco, o Ethereum é uma rede mundial de computadores decentralizada operando em uma blockchain. Se pensarmos nesse aspecto parece bastante com o Bitcoin não é? Mas as diferenças são enormes. Quando Vitalik Buterin quis melhorar a rede do Bitcoin ele pensou em permitir que aquela rede fizesse mais do que apenas registrar as transações de bitcoins entre as pessoas da rede. Atualmente, o Bitcoin serve apenas como uma rede decentralizada de transações de Bitcoins e não há nada de errado nisso. Mas Vitalik pensou além.
O que mudou completamente o jogo foi a implementação dos contratos inteligentes (smart contracts) e das aplicações descentralizadas (DApps). Duas coisas que ainda não existem na rede Bitcoin. Isso é tão inovador que Mark Cuban, um dos participantes do Shark Tank dos Estados Unidos afirmou recentemente que teria investido mais em Ethereum do que no Bitcoin se conhecesse a tecnologia há mais tempo.
Como Funciona?
Falamos lá em cima que o Ethereum é um sistema computacional de código aberto, funcionando em uma blockchain. Isso é possível pois a rede é uma Blockchain programável; então ao invés de determinar que a rede funcionaria para operações pré-definidas – como é no caso do Bitcoin, que funciona para registrar as transações de bitcoin – a rede do Ethereum permite que seus usuários criem suas próprias operações com a complexidade que desejarem. Por isso é possível criar diferentes tipos de aplicações decentralizadas na rede Ethereum (e podem criar até outras criptomoedas). Daí vem a ideia de “Internet construída em Blockchain”
A rede é tão evoluída que sua linguagem de programação – chamada Solidity – foi criada por Gavin Wood de forma semelhante as linguagens já existentes. Isso permite que desenvolvedores criam as coisas de forma muito semelhante com o que já trabalham como Java Script e Python. Tudo isso dentro de uma blockchain. Percebe que o Ethereum não viabiliza só transações financeiras? com a implementação dessas inovações, a rede Ethereum poderia inclusive substituir a internet como conhecemos hoje. Isso é um argumento que os próprios criadores sustentam: Ethereum é como a internet deveria funcionar: Uma rede em escala global a prova de censuras, descentralizada e controlada pelas pessoas que utilizam a rede.
Para você entender do que essa rede é capaz, precisamos entrar um pouco nos dois principais pontos de mudança que o Ethereum tornou possível: DApps e Contratos Inteligentes.
Contratos Inteligentes
Para explicar de forma simples, um contrato inteligente é um contrato programado para funcionar quando as condições do contrato forem atendidas. Um exemplo muito utilizado para explicar isso são as máquinas automáticas de doces. Quando você coloca uma nota de R$ 2,00 e aperta um botão, a maquina entrega o doce que você escolheu. Um contrato inteligente pode ser programado da forma que o desenvolvedor quiser, quando as condições forem atendidas. É a famosa lógica do “Se…Então…”
Se a ação X for feita, então a ação B será executada. Se colocar uma nota de R$ 2,00, então ganhará um chocolate.
Se o Leonardo depositar 20 ETH, então ele receberá 01 BTC. Mas os contratos Inteligentes tem algumas particularidades. São contratos auto executáveis programados de forma que NÃO PODEM SER:
Desligados: as aplicações não possuem inatividade e nunca desligam
Censurados: A rede Ethereum é descentralizada e distribuída entre os NÓS da rede pelo mundo inteiro, isso elimina qualquer possibilidade de censura por uma autoridade central.
Fraudados: Após ser criado, o contrato não pode ser alterado, modificado, hackeado ou manipulado.
Influenciado: O contrato é “auto executável”, o que significa que ele não necessita de um intermediário
Os contratos inteligentes permitem uma infinidade de aplicações, especialmente se combinarmos suas funções com os chamados Oráculos, que são capazes de colocar dados de fora da rede nesses contratos – Casos da Chainlink, DIA, Uma e Tellor. Usando um oráculo eu consigo programar um contrato inteligente de seguradora para me pagar 01 ETH se houver um terremoto que destruir meu carro. Tudo automatizado. Acho que isso te faz ter uma ideia de quanto o Ethereum mudou o mundo…
DApps
Além dos contratos inteligentes, o Ethereum permitiu a aplicação das DApps. Essas aplicações decentralizadas são como aplicativos normais que não “rodam” em um servidor central, e sim na Blockchain. Eles usam a Blockchain do Ethereum para armazenar todos os dados e os contratos inteligentes como a “lógica” de funcionamento. Isso é totalmente revolucionário pois são aplicativos que compartilham as particularidades dos contratos inteligentes que falamos agora pouco: Não são desligados, censurados, fraudados, modificados, são criptografados e anônimos, não possuem Donos mandando em tudo…
Em pouco tempo nós poderemos ver os DApps substituindo completamente sites como Facebook, Google, Instagram, Twitter, Amazon, Netflix e até Uber. Já existem várias iniciativas parecidas com esses gigantes da Tecnologia, e quem possibilitou isso primeiro foi o Ethereum.
Essa ideia pode ser aplicada a coisas muito mais complexas e seu potencial é quase ilimitado, com projetos já avançando nas áreas de seguros, propriedades, serviços financeiros, jurídico e crowdfunding. E isso é tão verdade que surgiram novas classes de ativos digitais completamente diferentes graças a essas duas inovações, os NFTs e as Finanças descentralizadas (ou DeFi) mas vamos falar desses dois em outro momento…
Tokens ERC-20
Além dos contratos inteligentes e DApps, a rede do Ethereum permite a criação de um criptoativo chamado Token ERC-20. Através do contrato inteligente podemos definir a forma de emissão desses tokens, limite, quantidade, regras para transações, etc. Praticamente uma outra criptomoeda mas que chamamos de token pela forma como geralmente é utilizado. Isso não significa que o Ethereum cria novas criptomoedas, mas que algum desenvolvedor pode criar um tipo de ativo digital – o token no padrão ERC-20 – e esse token pode ser utilizado para a finalidade que o desenvolvedor escolher. Por exemplo, eu posso criar um DApp cuja finalidade é ser um player de vídeo online como o YouTube. Para incentivar o criador de um canal nessa nova plataforma, eu posso criar um Token chamado “Cryptovideo” e pagar o criador do canal com esse token. Eu escolho quantos tokens irão existir e as regras de transação através do contrato inteligente. O valor desse token vai ser definido pela comunidade que utiliza esse serviço.
Percebe como a rede do Ethereum possibilita coisas incríveis dentro da Blockchain?
Particularidades
A rede Ethereum trouxe diversas inovações da rede do Bitcoin mas possui algumas particulariades, por exemplo o Gas. Falamos que a rede se chama Ethereum e a moeda da rede se chama Ether correto? Para que os contratos inteligentes, DApp ou qualquer coisa que você faça na rede aconteça você precisa pagar a moeda da rede, Ether. O Ether funciona como o combustível para tudo que é feito, por isso ele é comumente chamado de Gas (abreviação do termo para gasolina em inglês).
O Gas é uma taxa para colocar as coisas da rede para funcionar. É como se fosse a taxa que uma empresa de crédito cobra para processar pagamentos. Precisa transferir ETH para outra pessoa? pague a taxa de gas. Precisa colocar um contrato inteligente na rede? pague a taxa de gas. Criou um jogo (DApp) na rede e vai comprar um personagem? pague a taxa de gas. Esse na verdade é um dos problemas da rede. Apesar de ser muito mais escalável que a rede do Bitcoin, dos blocos serem concluídos em segundos e ser uma rede mais rápida, as taxas estão por toda parte. Algumas pessoas acreditam que essa “ausência de regulação central” nas taxas prejudica a rede; no meu ponto de vista é o preço que pagamos pela liberdade.
Essas taxas são coletadas pelos mineradores da rede; assim como a rede do Bitcoin, a rede do Ethereum também precisa da mineração. Os mineradores precisam resolver um problema computacional para poderem “minerar” um bloco e receber as recompensas, desta vez em ETH. Só que a mineração nessa rede é muito mais rápida, como já mencionei. Um bloco é completamente minerado em até 15 segundos – contra os 10 minutos da rede Bitcoin.
Outro fator importante é que o ETHER não possui um limite em sua quantidade como é no Bitcoin. A quantidade total de ETH pode variar dependendo da demanda, isso tona a rede do Ethereum muito maior que a do Bitcoin. Apesar de ser mais escalável que a rede do Bitcoin, o Ethereum já está perto de seu limite (justamente por ser uma rede maior). Para comparar, se você fizer o Download da Blockchain do Bitcoin você precisará de aproximadamente 350 GB; se fizer o Download da Blockchain do Ethereum, irá precisar de 1,5 TB (um arquivo quase 5x mais pesado). Devido ao tamanho da rede e de todos os blocos contendo tudo que já foi criado, ao preço das taxas que tem aumentado ao logo desses anos, a rede irá passar por uma mudança tremenda.
O Ethereum irá mudar seu protocolo de consenso Proof-of-Work para o modelo Proof-of-Stake, dando origem a algo novo.
Ethereum 2.0
O Ethereum 2.0 é um Upgrade muito importante – e aguardado – na blockchain do Ethereum. Também chamado de Serenity, essa atualização vai permitir a mudança no mecanismo de consenso da blockchain Proof-of-Work para o consenso Proof-of-Stake. Isso é uma coisa muito séria, especialmente se tratando de um ativo digital com Bilhões de dólares envolvidos. Essa mudança ocorre sem desligamento da rede, o que significa que a mudança precisa ser feita aos poucos, com muito cuidado e acertividade. Vamos aos detalhes…
Essa mudança de consenso acontece depois de 6 anos da rede Ethereum funcionando com o consenso PoW, por isso não será feita do dia para a noite. Um dos objetivos é aumentar a capacidade da rede, o que vai permitir que as transações aconteçam mais rapidamente. Desde seu lançmento, a rede Ethereum permitiu um crescimento absurdo de DApps e no setor DeFi, por isso a necessidade de se aumentar a capacidade da rede.
Como mencionei, a mudança não será de uma hora para outra. O processo de implementação foi dividido em 3 fases:
Fase 0: lançamento da Beacon Chain que será responsável por gerenciar os validadores e entregar o mecanismo de consenso PoS – bem como distribuir penalidades e recompensas. Isso estava programado para acontecer em janeiro de 2020 mas só aconteceu em Dez/2020.
Fase 1: adiciona o Sharding no negócio, dividindo a rede Ethereum em 64 cadeias diferentes. Embora seja lógico pensar que isso multiplicaria a capacidade por 64, na verdade pode significar que o ETH 2.0 pode fazer centenas de vezes mais transações por segundo do que a rede antiga. Teoricamente isso deverá acontecer ainda em 2021.
Fase 2: nessa fase o ETH 1.0 será desativado e as transferências e retiradas de ETH e os contratos inteligentes vão estrear oficialmente na rede. Teoricamente isso acontecerá até 2022.
O que diferencia o Ethereum 2.0?
Imagine que o Ethereum 1.0 (atual) é uma estrada com apenas uma via. Isso significa que todos os carros seguem um atrás do outro de forma devagar quando há congestionamento.
O Ethereum 2.0 vai introduzir um conceito chamado de Sharding, que vai tornar a blockchain como uma grande rodovia com várias vias, permitindo que o número e a velocidade das transações aumente consideravelmente.
Essa mudança de consenso para o PoS também irá melhorar drasticamente o consumo energético da rede.
Uma única transação de Bitcoin tem a mesma emissão de carbono que 667.000 transações da Visa. Já mencionei em outros vídeos que eu não acho isso um problema tendo em vista a revolução que esse mercado trouxe. Afinal de contas ninguém deixou de usar lâmpadas por gastarem mais energia que as velas e nem deixou de usar carros pois consomem um combustível que o cavalo não gastava. É natural a humanidade evoluir e é natural que isso tenha impactos, que com o tempo desapareçam ou diminuam. No caso do bitcoin, foi uma completa revolução financeira, então é natural que isso tivesse um preço. E foi ótimo que em pouco tempo tenhamos encontrado soluções para a emissão de carboono. Especialistas indicam que a transição do Ethereum 2.0 vai economizar até 99% da energia que a rede gastava antes. Além de contribuir para a decentralização e evolução de nosso sistema financeiro, a blockchain do Ethereum não terá impactos ambientais consideraveis.
O que é Sharding?
Sharding é a tecnologia que irá permitir que a rede seja mais escalável. Isso vai permitir que a rede seja fragmentada em pequenas cadeias de blocos menores. Ao invés de cada transação ser executada em uma ordem consecutiva, isso vai permitir que elas sejam executadas simultaneamente pela rede.
Pense em uma rodovia com pedágio. A Rede Ethereum funcionava como uma via gigantesca com vários carros onde só um guichê de pedágio funcionava, ou seja, era um gargalo custoso e demorado pois só passava um carro por vez. O Sharding vai permitir que várias outras “vias” sejam adicionadas à via principal, e agora os vários carros vão passar ao mesmo tempo ao invés de passarem um de cada vez. Entendeu?
Você pode pensar que isso deveria ter sido feito desde o início não é? Bom, um dos problemas dessa abordagem é que se a programação não estiver perfeita a segurança pode ser comprometida. Como menos validadores serão encarregados de manter cada uma dessas shard chains seguras, há o risco de que eles possam ser tomados por agentes mal-intencionados, por isso a programação precisa ser minuciosa. Existe um tabu na comunidade cripto há algum tempo; o trilema clássico que perturba os entusiastas dos criptoativos por anos: escalabilidade, descentralização e segurança – você só pode escolher dois dentre os 3. Obviamente os desenvolvedores por trás desse trabalho na rede Ethereum estão tentando manter os 3, e isso não é um processo simples.
Como funciona o processo de Stake?
Já falamos sobre esse assunto em nosso artigo sobre o consenso Proof-of-Stake, mas vamos abordar um pouco mais aqui pois isso muda completamente tudo em relação a forma como os blocos são confirmados no Ethereum.
O PoS significa que os validadores irão colocar seu dinheiro na blockchain para Stake. Não há mineração nesse processo. Para poder adicionar novos blocos e receber as recompensas, um validador terá que colocar 32 ETH que ficarão “trancados” pela rede. E se você tentar estragar a brincadeira perderá seus ETH. Por isso há um incentivo em agir honestamente. Veja que é algo completamente diferente do modelo de mineração atual. Por isso há essa economia de energia, nenhuma estrutura gigantesca de mineração vai adiantar, qualquer pessoa com ETH vai poder participar. No PoS os blocos são delegados de forma proporcional ao quanto um validador deixou em Stake. Se você colocou 1% dos ETH em Stake vai receber proporcionalmente o 1% das recompensas distribuídas pelos blocos que foram validados. No Ethereum 2.0, os validadores serão escolhidos aleatoriamente.
Falando de $$ agora, qual será a recompensa por fazer o Stake na rede? Segundo algumas fontes na Internet esse valor pode variar entre 1.56% até 18%. No site Stakingrewards, você pode colocar algumas simulações de valor e rendimento a depender do momento de mercado. No momento em que fiz esse material, 1 ETH custa U$ 2800 dólares. Colocar 1ETH para Stake poderá render U$ 214.60 dólares, ou 7.33%. Mas esse valor pode variar a depender da valorização do mercado. Você pode fazer os cálculos clicando AQUI.
Como você pode imaginar, essa mudança irá acabar com a mineração de Ethereum. Os mineradores terão de procurar outras criptomoedas para minerar ou então terão que procurar formas de fazer o Stake de seus ETH. Mas isso não precisará ser feito agora. Ainda estamos na primeira fase de implementação do ETH 2.0, portanto ainda há tempo para que os mineradores continuem na mineração.
Como você pode participar?
Antes de seguir com os prós e contras dessa mudança, acho legal explicar para você como você pode participar. No site da Ethereum você consegue conferir os detalhes mais complexos; vou apenas resumir aqui para não acabar escrevendo um livro inteiro (hahaha).
Você pode rodar um nó em seu computador, mas para isso vai precisar entender bastante sobre o assunto e possuir 32 ETH. Já tem uma limitação grande aqui. A forma mais fácil e até segura, é participar de um Pool. Um pool é a junção de várias pessoas colocando seus ETH para Stake. Ao invés de você mesmo colocar 32 ETH, você se junta a várias pessoas que contribuem com ETH, e dividem os lucros proporcionalmente. A Maioria das corretoras já conseguem fazer isso, mas existem serviços específicos para isso. Nem preciso falar sobre os riscos não é? Cuidado para não deixar seus ETH na mão de qualquer pessoa. É bom pesquisar bastante antes de entrar nesse negócio.
Prós e Contras do ETH 2.0
Essa mudança trás algumas vantagens e desvantagem importantes, além da vantagem que já mencionamos que é o consumo energético reduzindo drasticamente.
Vantagens
- Fácil entrada. Ser um validador em uma rede PoW costuma ser muito caro pois você precisará comprar os equipamentos de mineração. Em um Consenso PoS você poderá entrar com qualquer quantidade e receber recompensas. No site da Ethereum eles afirmam que pretendem permitir que um consumidor casual consiga participar desse processo apenas com um notebook.
- Um ambiente mais justo. Por causa do custo do equipamento e do consumo de energia em um consenso PoW, a responsabilidade pela validação fica nas mãos de quem possui muito dinheiro para fazer as coisas acontecerem.
- Ataques a rede são mais caros. Os validadores tem interesse em manter a rede segura. E se uma pessoa quiser atacar a rede com sucesso ele precisará colocar dinheiro no processo. Em um pool isso não será possível pois uma pessoa sozinha não poderá atacar a rede. E se uma pessoa tentar criar um nó, ela terá que colocar os 32 ETH em Stake. Faz sentido colocar U$ 89 mil dólares para tentar roubar dinheiro da rede sabendo que em uma tentativa de fraude esse dinheiro não será recuperado?
Desvantagens
- Grandes investidores podem ter muita influência. Quem tem muito dinheiro poderá pegar uma grande parte da fatia das validações. Se alguém tiver 32.000 ETH para deixar em Stake, vai validar 1.000x mais que todos os outros nós.
- Ainda não foi testado nessa escala. O Ethereum será a maior rede a enfrentar uma transação para o PoS. Complicações e vulnerabilidades podem ser desastrosas, simplesmente por ninguém ter visto o problema antes. Isso é um dos motivos do cuidado do Ethereum em ter essa transição.
Como o preço do ETH irá se comportar com essa mudança?
Muitas pessoas devem se perguntar como essa mudança vai alterar o preço do ETH. Enquanto eu crio esse conteúdo o ETH está em sua máxima história, ultrapassando os U$ 2.800 dólares. A fase 0 já foi lançada e as pessoas já podem colocar seus ETH em Stake. Isso é um sinal de que o mercado viu a mudança com bons olhos e com uma boa expectativa.
Os próximos passos são fundamentais para o futuro do Ethereum, especialmente com o desenrolar da Fase 1, que vai funcionar como uma prova de que o Ethereum pode funcionar perfeitamente com um novo consenso. Se a mudança for bem implementada, o Ethereum poderá crescer e escalar ainda mais para se consolidar mais longe dos concorrentes (Cardano, Polkadot, Solana, Tron, Avax, EOS, Cosmos, Binance Smart Chain, etc…). Se conseguir escalar os DApps e o setor DeFi, além dos outros setores que poderão existir no futuro, o Ethereum poderá crescer ao ponto de se tornar um líder global como a Internet descentralizada, escalável, resistente a ataques, eco-friendly e com tecnologia testada e aprovada. Se fracassar, a rede poderá sofrer com o crescimento de seus concorrentes e pode até deixar a segunda posição em MarketCap das criptomoedas. Se tiver sucesso, a rede poderá crescer MUITO mais, se tornando o padrão de um novo modelo de internet.